Dados foram apresentados pelo MEC em audiência pública na Câmara dos Deputados
BRASÍLIA – Das 63.266 vagas autorizadas para realização de residência médica no país, 21.553 estão ociosas, segundo dados do Ministério da Educação, que foram apresentados nesta terça-feira (20/08) em audiência pública presidida pelo deputado federal Dr. Luizinho (PP/RJ). A desistência da especialização pode estar associada à baixa remuneração que os residentes recebem: R$ 3.330,43 mensais por 60 horas semanais de trabalho enquanto no Programa Mais Médicos a carga horária é de 40 horas semanais e a bolsa de R$ 11.800.
Quando o assunto é a especialização denominada ‘Residência Médica da Saúde da Família e Comunidade” a situação se agrava ainda mais. Do total de 6.407 vagas autorizadas, 4.069 estão ociosas. Para o deputado Dr. Luizinho, isso demonstra uma competição direta entre a Residência Médica e o Programa Mais Médicos.
– Sem a devida valorização dos residentes, teremos em 20 anos um aumento significativo das filas cirúrgicas do SUS, que hoje já chegam a dois, três anos. O país está investindo esforços na Atenção Básica, que é importantíssima, mas esquecendo que sem residência médica vamos diagnosticar a doença sem ter profissionais capacitados para operar, por exemplo. Creia-se um gargalo imenso e a fila de dois anos pula para dez – explicou Dr. Luizinho.
Os parlamentares solicitaram aos representantes do Ministério da Saúde e da Educação dados mais detalhados, que inclua as causas da ociosidade, os valores que deveriam ser aplicados caso todas as vagas estivessem preenchidas e processos existentes para a habilitação de novas residências. Além disso, decidiram que vão trabalhar em conjunto para propor uma reforma na lei de residência médica do país que é de 1982.
Participaram da audiência pública representantes do Ministério da Educação, Ministério da Saúde e Associação Nacional de Médicos Residentes.
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