Dr Luizinho: Financiamento do SUS é um debate que não pode mais esperar
Temos o maior sistema de Saúde Pública do mundo, do qual dependem milhões de cidadãos brasileiros, e sem o qual muito mais gente teria morrido durante a pandemia.
Sem reajuste há muito anos, a Tabela SUS, que precifica o reembolso de procedimentos médicos no serviço público e conveniado, não cobre os custos da maioria dos itens nela previstos. Uma biópsia de mama, por exemplo, vale R$ 35, menos do valor da agulha usada para a coleta do material. Uma ressonância magnética do crânio está tabelada em R$ 268,75, enquanto uma ultrassonografia mamária ou obstétrica vale apenas R$ 24,20. Pior é a radiografia de tórax: R$ 6,88. Num mercado em que produtos e equipamentos são cotados em dólar, a situação se torna ainda mais dramática.
Paga-se por uma cesariana R$ 545,73, quando seu custo real ultrapassa os R$ 2 mil. Não é por outra razão que tantas maternidades conveniadas ao SUS tenham fechado as portas nos últimos anos. Poucas são as prefeituras dispostas a bancar esse custeio.
Na Baixada Fluminense, por exemplo, há cidades onde há anos não nascem bebês. A Maternidade Mariana Bulhões, em Nova Iguaçu, que ajudei a reinaugurar quando fui secretário municipal de Saúde, atende a parturientes até da Região dos Lagos. A superlotação resulta num atendimento pior e numa equipe médica à beira de um ataque de nervos.
Para quem não sabe, o SUS pagou R$ 367,06 à equipe médica da Santa Casa de Juiz de Fora que fez a delicada cirurgia de emergência que salvou a vida do presidente da República Jair Bolsonaro, durante a campanha em 2018. O valor permanece inalterado. Isso é o retrato do subfinanciamento que o Sistema Único de Saúde sofre há anos e a realidade de médicos em todo o país.
Quanto aos médicos, até 1999 eles pelo menos conseguiam receber com relativa rapidez os procedimentos que faziam, ainda que com valores abaixo da crítica. Com o fim do Código 7 de reembolso direto ao profissional, a burocracia aumentou e os médicos passaram a receber através da instituição contratante. Além de receberam pouco pelo trabalho, ainda levam tempo para receber. Essa é uma justa reivindicação da categoria: a volta do código 7.
Esses são alguns dos assuntos que, como deputado, tenho trabalhado no Congresso Nacional e junto às autoridades competentes. Reajuste da Tabela SUS, fortalecimento das Santas Casas, volta do Código 7 são temas que estão em pauta, mas que fazem parte de um debate muito maior: o financiamento e a gestão do SUS, no qual se insere a Saúde Complementar, os Planos de Saúde.
Temos o maior sistema de Saúde Pública do mundo, do qual dependem milhões de cidadãos brasileiros, e sem o qual muito mais gente teria morrido durante a pandemia. É hora de cuidar da saúde do SUS. Antes que ele morra por inanição.
Dr Luizinho é médico ortopedista e deputado federal pelo RJ
*Artigo publicado pelo jornal O Dia em 14 de dezembro de 2021* – Link: https://odia.ig.com.br/opiniao/2021/12/6296839-dr-luizinho-financiamento-do-sus-e-um-debate-que-nao-pode-mais-esperar.html
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