Deputados da Comissão Externa da Câmara que acompanha as ações de enfrentamento à Covid 19 pediram ajuda (nesta terça, 30) a plataformas de conteúdo na internet para melhorar a distribuição de informações sobre a vacinação e sobre as medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus.

O presidente da Comissão Externa, deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), sugeriu que as secretarias estaduais e municipais de saúde em todo o país possam utilizar essas plataformas para divulgar informações. Ele deu exemplos do que poderia ser disseminado via internet.

“Tem hoje uma demanda principal de que instrumentos como o Google e o YouTube podem ajudar as pessoas a identificar quais são os locais de vacinação da sua cidade, quais são os horários de funcionamento, como ela faz uma programação, como ele é avisado de qual faixa etária está sendo vacinada, qual é a programação para que ele possa ser vacinado. ”

As plataformas de conteúdo apresentaram algumas iniciativas em relação ao combate à Covid-19, como ferramentas de busca específicas sobre o tema. Alana Rizzo, do YouTube, informou que 850 mil vídeos sobre a Covid-19 e 30 mil sobre vacinação foram retirados do ar desde outubro por conterem informações enganosas.

O Google fez parcerias com laboratórios e farmácias para mapear os locais de testagem. Marcelo Lacerda, responsável pela área de Relações Governamentais da empresa, apresentou novidades como um sistema de notificação dos casos confirmados que, sem identificar a pessoa infectada, avisa a quem teve contato com ela nos últimos sete dias, além de um Relatório de Mobilidade que mostra como a população se movimentou nas cidades.

Ele afirmou que é viável disponibilizar aos internautas informações atualizadas sobre a campanha de vacinação, mas argumentou que o tamanho do Brasil é uma dificuldade a ser transposta.

“A boa notícia é que a plataforma está pronta para receber esses dados. O que a gente precisa conversar e a gente, inclusive, já está contratando um terceiro que possa fazer a coleta desses dados para a gente junto às secretarias estaduais. Então talvez a gente tenha uma estratégia de começar pelo menos pelas capitais, aí depois cidades acima de 1 milhão de habitantes, vai descendo até a gente conseguir cobrir e ter uma forma organizada de atualizar esses dados. ”

Gerente de comunicação do Conselho de secretários estaduais de saúde (Conass), Marcus Carvalho ressaltou que mesmo diante da falta de integração entre os sistemas de informação que fazem parte do Sistema Único de Saúde (SUS), os estados investiram em tecnologia. No Acre, por exemplo, foi desenvolvido o monitoramento da Covid-19 em indígenas. Em Goiás, foi criada uma ferramenta de pré-agendamento da vacinação.

Marcus Carvalho pediu ajuda para melhorar a comunicação principalmente para os jovens, grupo da população muito afetado pelo coronavírus nesta nova onda.

“Nós estamos vivendo também a epidemia de informações incorretas e Fake News. A gente precisa do apoio das empresas de tecnologia para levar a melhor informação, a informação confiável, a informação científica para a sociedade. Também precisamos ressaltar as ações preventivas; a vacina, ela ainda vai demorar para chegar a toda a população. ”

Outro uso da tecnologia apresentado durante a audiência pública foi um software de gestão de informações hospitalares que pode ser importante, por exemplo, no cálculo das taxas de ocupação das unidades de saúde. Um projeto em tramitação na Câmara (PL 2970/20) regulamenta o compartilhamento de dados sobre prontuários, internações e disponibilidade de leitos, resguardando o direito do paciente à privacidade.

Matéria publicada pela Agência Câmara de Notícias em 30/03/21. Acesso em https://www.camara.leg.br/radio/radioagencia/741232-debatedores-defendem-ajuda-da-tecnologia-para-combater-coronavirus/